terça-feira, 7 de junho de 2011

VISITA AO PRIMEIRO GEOSSÍTIO - RIACHO DO MEIO


O GEOPIBID da URCA realizou mais uma atividade com os alunos do segundo ano das escolas Adauto Bezerra de Barbalha e Teodorico Teles de Crato - CE.
Diferentemente das outras atividades já realizadas pelo PIBID, essa teve um algo a mais que foi trabalhado com os alunos. Como o projeto principal visa trabalhar as realidade ambientais, culturais, políticas, econômicas dentre outras, tendo como foco de atuação o Geopark Araripe e a Bacia Sedimentar do Araripe, foi realizada a primeira aula de campo, onde os alunos puderam visitar e conhecer o Geossítio Riacho do Meio que fica localizado no município de Barbalha - CE, onde também residem próximo deste alguns alunos que participam do projeto.
No primeiro momento, antes da realização da aula de campo, foi trabalho com cada escola, seminários que visaram apresentar e caracterizar um pouco o que é o território do Geopark Araripe, bem como da Bacia Sedimentar do Araripe, dando ênfase maior a localidade do Riacho do Meio e do Caldas. Foram trabalhados com os alunos o conceito de Geopark e sua política de atuação, o surgimento do Geopark Araripe e aspectos ligados a esses como relevo, clima, Fauna, Flora, Espécies Endêmicas existentes na região, Geologia, Cultura local, Conflitos Sociais, buscando formar nos alunos uma consciência político-ecológico fazendo com que estes(os estudantes), despertem para as riquezas existentes em nossas região e a importância da preservação e conservação desta, além de trabalhar com a comunidade local buscando cobrar das autoridade públicas e privadas ações que vise a preservação dessa(s) localidade(s).


A aula de campo, como já foi citado anteriormente foi realiza na localidade do Riacho do Meio e Caldas, onde os alunos visitaram o parque ecológico Riacho do Meio que é um dos dez geossítios, que formam o Geopak Araripe. No primeiro momento foi realizado no mirante do Riacho do Meio um acolhimento por parte dos bolsistas do PIBID, supervisores, coordenador um acolhimento aos estudantes das escolas, a partir desse momento foi realizada um inter-atividade entre as duas escolas que formaram dois grupos para fazerem as trilhas do parque. Os guias que fazem parte de ONG: Candeeiro das trilhas (site: www.candeeirodastrilhas.wordpress.com) ficaram encarregados, juntos com os bolsistas do projeto, levarem os alunos a conhecer mais a fundo a localidade e suas respectivas riquezas, como o soldadinho do araripe (espécie endêmica da região), fauna e flora, aspectos históricos e culturais e as riquezas que águas cristalinas que jorram das fontes que surgem na chapada do araripe. Após essa primeira visita outra trilha ecológica foi realizada na Floresta Nacional do Araripe, onde visitamos o cruzeiro do Caldas, local privilegiado, que permite uma ótima visualização da Bacia Sedimentar do Araripe e da Chapada do Araripe.



Nesse momento os alunos observaram como se deu o processo de formação da BSA (Bacia Sedimentar do Araripe), através das explicações dos guias e bolsistas, bem como observa a forma que se da a recarga das fontes que eles avistaram anteriormente no território do Geossítio visitado, para encerrar o pequeno momento de confraternização.
A empolgação por parte dos alunos foi visível, principalmente pela atenção e curiosidades que os mesmo tiveram no decorrer do percurso da aula de campo, levantando questionamentos, debatendo sobre os assuntos, colocando o que já conheciam sobre a região, além de apontarem para a importância da preservação e conservação natural e da memória presente no local.

A próxima atividade que deve ser realizada é uma exposição de fotografias nas escolas, que deve ser apresentada pelo próprios alunos, visando que os mesmos possam repassá para os demais colegas que não tiveram a oportunidade de visitar a localidade se interagem dessas atividades. As fotografias a serem apresentas serão selecionadas pelos próprios alunos que estiveram presentes nesse aula de campo.

Algumas fotos encontra-se disponíveis no endereço do Facebook do GEOPIBID-URCA:http://www.facebook.com/media/set/?set=a.109356455822992.18695.100002459136351

terça-feira, 17 de maio de 2011

BOLSISTA DO PIBID REALIZAÇÃO PALESTRA SOBRE PESQUISA E ENSINO NA FORMAÇÃO DOCENTE, A PARTIR DA EXPERIÊNCIA NO XI ENPEG



Na última segunda-feira, dia 16 de maio de 2011, foi realizado na sala de vídeo da URCA (Universidade Regional do Cariri), uma palestra, ministrada por dois bolsistas do PIBID (Marcos Allan e Paulo Wendell), onde apresentaram a temática: "Pesquisa e ensino na formação docente, a partir da prática do PIBID e experiência do XI ENPEG". A partir do dialogo entre a formação do professor de geografia, buscando conciliar pesquisa e ensino, visando melhorar sua atuação docente no ensino. Através da exposição dos trabalhos que foram apresentados no XI ENPEG e da relato das experiências vividas nesse encontro, bem como as vivências no PIBID, foi exposto pelos discente a importância da discussão dessa temática, para o fortalecimento do ensino, bem como do profissional da geografia.

Em breve, será divulgado no Blog os artigos apresentados pelos respectivos bolsistas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

MATERIAL DE APOIO - (GEOPARK ARARIPE, BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE E GEOSSÍTIO RIACHO DO MEIO).

Geopark- histórico

Um Geopark consiste em um território com limites definidos e que possui sítios de grande valor cientifico, cujos patrimônios cultural, histórico, ambiental, cientifico e socioeconômico possuem uma raridade e são de grande importância e que ajudam a contar a história do planeta e confere identidade ao lugar.O conceito de geoparque remonta a uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Desde 1999, a Unesco vem conscientizando os estados-membros a que, a partir de determinados critérios, investiguem a existência de monumentos naturais de importância geológico-paleontológica que sirvam para a  criação de geoparques nacionais. Após prolongada colaboração com a Universidade Regional do Cariri (URCA) e com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), em Bonn, no final de 2005 foi apresentado à Unesco, em Paris, o requerimento para a criação do Araripe Geopark no Cariri, Sul do Ceará.
            Em 21 de setembro de 2006, após se submeter aos procedimentos padrões de vistoria e avaliação pela comissão oficial da UNESCO, Divisão de Ciências da Terra, o Geopark Araripe foi aprovado e oficializado na II Conferência Mundial de Geoparks (II World ConferenceonGeoparks), realizada em Belfast na Irlanda do Norte.

Formação do Geoparck Araripe:

O Geopark Araripe, localizado na região do Cariri,sul do estado do Ceará,é o primeiro do hemisfério sul do planeta a ser reconhecido pela UNESCO.Está inserido numa região que oferece uma extensa diversidade de recursos para atender a diversos públicos.
A marca registrada do Geopark Araripe é a sua unicidade,o projeto conta com o apoio do Governo do Estado do Ceará,através do esforço conjunto de várias Secretarias Estaduais e é coordenado pela Universidade Regional do Cariri-URCA,além de uma rede de instituições parceiras que apoiam direta ou indiretamente o desenvolvimento do projeto.
O Geopark Araripe é composto de uma rede de monumentos naturais protegidos,escolhidos como os registros mais relevantes da formação geológica da região, essenciais para compreensão de parte da história da própria região e do planeta Terra. O mesmo estálocalizados na porção cearense da Bacia do Araripe,no limite do Estado do Ceará com Pernambuco,Piauí e Paraíba,em um território com dimensões aproximadas de 11.000km².
   Tendo o Geopark Araripe uma rede delimitada de dez geossítios que o compõe:
ü  Geossítio Colina do Horto.
ü  Geossítio Cachoeira de Missão velha.
ü  Geossítio Floresta Petrificada do Cariri.
ü  Geossítio Batateira.
ü  Geossítio Pedra Cariri.
ü  Geossítio Ipubi.
ü  Geossítio Parque dos Pterossauros.
ü  Geossítio Riacho do Meio.
ü  Geossítio Ponte de Pedra.
ü  Geosssítio do Pontal de Santa Cruz.

Com grande potencial hídrico encontrado em suas fontes subterrâneas, suas jazidas fossiliferas que ajudam a contar a história do planeta e as diversas manifestações culturais que se apresentam nestas localidades o Cariri e o seu geopack mostram-se com fortes diversidades. Entendemos que é de fundamental importância a utilização do Geopark Araripe como ferramenta na disseminação e no fortalecimento do ensino da geografia nas escolas da região do Cariri, demonstrando as potencialidades existentes em nossa região e a importância da preservação destas.

Formação geológica:

Geologia da bacia sedimentar do Araripe:
A bacia sedimentar do Araripe é constituída por sete camadas geológicas (ASSINE, 1992). São elas formação Cariri, formação Brejo Santo, formação Missão Velha, formação Abaiara, formação Mauriti, formação Santana e formação Exú. Mas para entender como essas formações se apresentam é necessário compreender como se originaram.
            Há cerca de 500 milhões de anos a África e a América do sul formavam em um mesmo continente, o chamado Godwana, é justamente neste período que a bacia sedimentar do Araripe começou a ser formada, por meio do intemperismo, da erosão de rochas e entre outras situações. Isso possibilitou uma serie de acontecimento no imenso continente e dentre essas um rebaixamento de imensas proporções que ocorreu na região, o mesmo foi provocado por grades terremotos e outros movimentos de placas e massas. Neste mesmo local de rebaixamento se depositaram os sedimentos das formações.
A chapada do Araripe encontra-se localizada em meados do interior nordestino, a mesma mostra-se com um grande diferencial em relação ao restante das paisagens do Nordeste e essa característica deve-se em grande parte a sua formação geológica. A geologia da chapada do Araripe de maneira geral apresenta-se como uma grande massa de detritos transportada por diversos fatores climáticos e físico-químicos, como por exemplo, os ventos e as precipitações de épocas em que a região apresentava pontos de alagamentos marítimos, características as quais possibilitaram a grande existência de fósseises na região da chapada do Araripe.
As formações geológicas que compõe a chapada do Araripe são transformações ocorridas ao longo de heras geológicas, o local onde a mesma está fincada apresenta idade superior a forma da própria chapada. Um embasamento cristalino mais enrijecido é que dá a estrutura de suporte. Localizada em uma região que é conhecida como bacia sedimentar do Araripe, como falado acima, os aglomerados que formam a chapada foram produtos de diversas atividades que compuseram e compõe a formação geológica da chapada. Como o próprio nome já diz, essas formações que compõe tal estrutura são sedimentações ocorridas a milhares de anos atrás, que por sua vez apresentam-se em varias camadas e com características peculiares a cada uma como, por exemplo, algumas ter presente em suas composições argila outras formas arenosa ou ainda com sedimentações mais endurecida do ponto de vista geológico.
Como foi dito acima formações que estão presentes na chapada são organizadas em forma de fatias, em que cada uma delas tem uma determinada espessura e são compostas de sedimentações diferenciadas umas das outras do ponto de vista geológico e características visuais. Em forma de um bolo aonde cada camada tem a sua função, essas características geológicas possibilitam o aparecimento das fontes e de um clima com temperaturas mais baixas do lado cearense da chapada.  As características das formações variam com relação a sua granulometria, ou seja, o tamanho dos grãos ou sedimentos que compõe determinada camada da chapada. De modo geral a estrutura que configura a formação da chapada é bastante diversificada com respeito a forma e estrutura.
Formação geomorfológica:
Geomorfologia ou formas do relevo:
Na região do Geopark Araripe podem-se reconhecer três feições geomorfológicas com característicaslitológicas, topográficas e de vegetação bastante distintas: a chapada ou o topo, o talude as partes mais íngremes da decida e o pediplano ou pé de serra. Na região do Cariri, onde se encontram os geosítios, é onde estas feições são mais claramente discerníveis.
A chapada é um tabuleiro de relevo quase plano, formando uma extensa meseta limitada em quase toda a sua extensão por escarpas abruptas e irregulares, com até 300m de desnível. A chapada possui uma forma alongada de orientação leste-oeste, sendo constituída predominantemente pelos arenitos da Formação Exu. A água da chuva penetra na litologia porosa e permeável do solo, não possibilitando a formação de drenagem no topo da chapada.
Nos taludes ocorrentes na Bacia do Araripe nenhumgeosítio está localizado. Os pediplanos constituem uma vasta depressão com cerca de 1500km² que rodeiam a chapada, dominando a paisagem do vale do Cariri, como é chamada popularmente esta área. Ela mostra uma topografia com altitude média de 400m, caracterizado por morros alongados entremeados por vales amplos e de fundos planos.
Nos pediplanos da região do Araripe está a grandemaioria dos geosítios do Geopark Araripe: Granito, Devoniano, Missão Velha, Batateira, Nova Olinda, Ipubi, Santana e Arajara. As diferentes conformações de relevo e suas interações com as massas de ar proporcionam à região um clima relativamente ameno em relações ao entorno semiárido.
Vegetação:
A cobertura vegetal da região do Cariri compõe-se predominantemente das seguintes formações; vegetações com características de cerrado encontradas no topo com árvores de portes médio e baixas; essa característica de cerrado foi obtida devido ao seu grande volume de exploração em períodos passado, como por exemplo, a criação de gado e o desmatamento nestas regiões que compõe o topo. Vegetações com características de mata atlântica é predominantemente presente na parte cearense,aonde está situada a (APA) área de proteção ambiental, ou para ser mais preciso na floresta nacional do Araripe aonde a mesma apresenta características de mata úmida influenciando diretamente no clima das cidades mais próximas do pé de serra.Vegetação com características de caatinga com árvores de pequeno porte é também vista no entorno, essa vegetação está presente em algumas manchas no topo da chapada e no entorno dela nas área situadas no vale.
A vegetação da região que está compreendida a chapada e o seu Geoparck é bastante diversificada constituindo dessa maneira uma serie de plantas que variam de porte e estrutura, neste sentido é que podemos falar que a região é fincada em local de transição apresentando uma gama de situações em um espaço que em relação ao Nordeste é pequeno.
Fauna da Chapada do Araripe

A fauna Chapada do Araripe é rica em mamíferos, aves, anfíbios, insetos, répteis e peixes. Alguns difíceis de ser encontrados e outros em extinção.
Em 1996 foi descoberto uma ave de aproximadamente 14,5 cm somente encontrada nos municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha, que corre risco de extinção, trata-se do Soldadinho-do-Araripe.
Os machos são predominantemente brancos, com penas pretas que se estendem das asas ao dorso e cabeça vermelha. As fêmeas são principalmente da cor verde oliva e apresentam um reduzido penacho verde na cabeça. A plumagem da cabeça em forma de elmo deu origem ao nome soldadinho.
Em 2000, a população de soldadinhos do Araripe era estimada em menos de 50 indivíduos, sendo que somente três machos e uma fêmea foram encontrados. Em 2003 as estimativas foram mais otimistas subindo para 250 indivíduos. Em 2004, essa estimativa foi mantida.

Hidrologia:
Condições climáticas e hidrologia
         As chuvas mais significativas iniciam-se em dezembro, chuvas de pré-estação, mas é no mês de fevereiro que se inicia a chamada quadra chuvosa,podendo estender-se até junho, dependendo das condições oceânicas e atmosféricas atuantes. As variações de temperatura anuais são mínimas no entorno da Chapada, sendo que as médias situam-se entre 23° e 27°, com o período de maio a agosto sendo mais ameno, com temperaturas médias entre 21° e 25°.
            A análise das condições hidrológicas e hidrogeológicas desta área do Sul cearense é fundamental para o aproveitamento dos recursos naturais renováveis. O Geopark Araripe é drenado pelas sub-bacias do Rio Salgado e do Alto Jaguaribe, sendo que a sub-bacia do Salgado drena 70% do Geopark e tem como principal rio o Salgado.
 Nesta sub-bacia do Salgado estão cadastradas 298 fontes e 1800 poços. Vinte e três municípios estão localizados na área dessa sub-bacia e seis destes apresentam surgências com vazão anual de quase 40 milhões de metros cúbicos por ano ( ver tabela abaixo).
MUNICÍPIOS           N° DE FONTES        VAZÃO (m³/h)
Crato   79        1441,91
Missão Velha  52        857,08
Porteiras          39        289,70
Jardim 35        307,33
Barbalha         33        1610,94
Brejo Santo     13        10,32
TOTAL           251      4517,23

Os rios da região são caracterizados pela sua intermitência e as altas taxas de evaporação. Mas, além dos rios há também as águas subterrâneas da área de abrangência da Bacia do Araripe e do seu entorno, que se incluem como aquíferos e como aquicludes: (ver figura abaixo).
AQUÍFEROS: são capazes de armazenar e de fornecer água para consumo.
AQUICLUDES: são capazes de conter água, mas têm permeabilidade reduzida, limitando à sua capacidade de recarga.
Esboço esquemático do funcionamento dos sistemas aquíferos da Chapada do Araripe:




Geossítio Riacho do meio:
Riacho do Meio (Barbalha):
O Geossítio Riacho do Meio está situado no Parque Ecológico Riacho do Meio, no km 9 da rodovia estadual CE-60, em Barbalha. É uma área de vegetação densa, com interessantes trilhas que passam por duas fontes naturais de águas cristalinas e uma vista privilegiada para o vale do Cariri.
Nele estão preservadas a fauna e flora nativas do Araripe, com raras espécies endêmicas, como o soldadinho-do-Araripe e a samambaia-açu. Várias árvores iniciam a primavera enchendo-se com flores roxas ou amarelas, que são o alimento predileto de animais que estão ameaçados de extinção.
Lá também está localizada a "pedra do morcego", o lugar onde o bando de cangaceiros “Os marcelinos” utilizava como acampamento ou esconderijo, quando estavam na região.
A área do parque oferece um circuito de trilhas que dão acesso aos pontos mais expressivos do local, oferecendo a oportunidade de apreciação e observação, como também de estudo, das características da fauna, flora e recursos hídricos disponíveis, promovendo o incentivo aos diversos segmentos do turismo como: ecoturismo, turismo científico e etc.

Mapa base do riacho do meio:


sexta-feira, 6 de maio de 2011

TRABALHOS APRESENTADOS NA IX SEMANA DE GEOGRAFIA DA URCA

Nos dias 31/01 à 05/02 de 2011, ocorreu na Universidade Regional do Cariri (URCA), a IX Semana de geografia da URCA, com o tema: "A geografia da região metropolitana do cariri: as cidades, os lugares e as territorialidades". Procurando fortalecer o ensino de geografia, alguns bolsistas do PIBID apresentaram trabalhos sobre a temática do evento relacionado ao ensino de geografia e sobre a formação do professor, a partir da experiência do ensino-pesquisa.


Os trabalhos foram publicados nos anais do evento e estamos disponibilizando os mesmos aqui no bloger do PIBID, visando abrir um debate sobre os seguintes temas, bem como sugestões, críticas e elogios sobre os mesmo.



A IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO E DA PESQUISA NO ENSINO DA GEOGRAFIA PARA FORMAÇÃO DE FUTOROS PROFESSORES.

Paulo Wendell Alves de Oliveira.[1]
João César Abreu de Oliveira[2]
O presente trabalho tem por intuito principal, apresentar a experiência de estágio supervisionado, realizado na escola de ensino fundamental e médio Prefeito Antônio Conserva Feitosa, localizado na cidade de Juazeiro do Norte – CE, nas turmas de sétimo e oitavo ano do ensino fundamental II tendo como perspectiva o desenvolvimento da pesquisa e do ensino de futuros professores de geografia e as dificuldades e desafios encontrados para consolidação do mesmo. Entendemos que é de fundamental importância no desenvolvimento acadêmico, na formação do professor de geografia que o discente inicie com maior brevidade a sua ligação com o sistema de ensino, lidando com problemas relacionados à sala de aula. Nessa convivência exercitará o modo de se ministrar aulas, a preparação de conteúdos e principalmente a pesquisa como processo para enriquecer o ensino, não se apegando demasiadamente ao livro didático, buscando assim novos recursos e maneiras práticas para contribuir com a formação de cidadãos capazes de se inserir na sociedade e trabalhar na perspectiva de formar uma sociedade mais justa e igualitária para todos. A geografia, sendo uma ciência social, tem fundamental importância na formação social e crítica do individuo.

Palavras-chave: ensino de geografia; estágio; educação; formação de professores; formação social.






INTRODUÇÃO.

O presente trabalho tem por intuito principal apresentar a experiência do estágio supervisionado, realizado na escola de ensino fundamental e médio Prefeito Antônio Conserva Feitosa, na cidade de Juazeiro do Norte entre os meses de outubro de 2010 e janeiro de 2011, nas turmas de sétimo e oitavo ano do ensino fundamental, tendo como perspectiva o desenvolvimento da pesquisa e do ensino de futuros professores de geografia e as dificuldades e desafios encontrados para consolidação do mesmo.
A escola em questão fica situada no bairro Antonio vieira que tem uma realidade socioeconômica de pessoas de classe média baixa, cujo sua principal fonte de trabalho e renda, em sua maioria, é o comercio local e as fábricas que ficam nos arredores do bairro e na região do Cariri com um todo.
Entendemos que é de fundamental importância inserir essas pessoas e seus respectivos filhos no contexto sócio-especial em que vivem, dando assim a possibilidade de uma formação crítica e cidadã, capazes de fazer com que eles compreendam todas as redes de relações sócias ligadas ao espaço de que são sujeitos e dos quais estão sujeitos, que possuem influência direta e indiretamente em suas vidas, seja na perspectiva do lugar, da territorialidade ou do espaço como um todo.
Contudo, sabe-se que é um grande desafio para o estagiário de geografia fazer com que o discurso acadêmico venha a se inserir no contexto do ensino fundamental, fazendo com que esses pré-adolescentes adquiram a noção do que venha a ser apresentado pelo estudo de geografia em sala de aula, como fora dela.
Partindo desse principio, adotou-se uma metodologia dinâmica e interativa com a sala, sendo que a utilização de recursos didáticos como: filmes, vídeos, música e práticas de campo, facilitassem a interação da turma com a disciplina e fez com que os mesmo pudessem abstrair da melhor forma possível o conteúdo ministrado, se colocando como atores da sociedade em que vivem e colocando formas de como agir para mudar a realidade em que vivem no momento em que a julgam, como sendo, incoerente com o desejo da sociedade como um todo que leve ao bem como.
Sabemos que o ensino no Brasil nos últimos anos avançou, mas há muito a ser conquistado. Então é dessa forma que devemos procurar trabalhar para transformar a realidade social em que vivemos, elevando-a a um bem como. Isso hoje, mais do que nunca, se torna uma missão do professor e a geografia tem um papel de fundamental importância nesse contexto formando cidadãos capazes de atuar criticamente na sociedade.

OBJETIVOS.

O presente trabalho tem por objetivo evidência as dificuldades enfrentadas pelo estagiário de geografia ao se deparar com uma sala de aula, como conciliar o discurso acadêmico ao discurso escolar sem subestimar o aluno, conviver em uma sala de aula, preparar o conteúdo não se apegando demasiadamente ao livro didático, procurando assim novos recursos através da pesquisa para enriquecer o conteúdo e torná-lo mais atraente para os alunos e por fim buscar formar cidadãos capazes de atuar na sociedade, para isso trazendo ao contexto escolar o dia-a-dia vivenciado pelo aluno, conciliando assim teoria com a prática, colocando o aluno na condição de ator protagonista na sociedade em que vive.
Portanto é que se torna de grande importância a experiência do estágio, que leva ao discente a vivenciar na prática tudo o que é estudado e debatido na academia, levando as salas de aula do ensino base o modelo de formação da qual nos propomos a realizar como futuros professores, criando nossa própria metodologia de atuação e buscando aprimorar o discurso geográfico do qual somos formados.
Contudo, para que esses objetivos sejam alcançados é de fundamental importância o ato de pesquisar por parte do discente-professor, que aprimora seu conhecimento e adquiri novas técnicas de inserir seu aluno na realidade para se trabalhar o conteúdo de geografia.

METODOLOGIA.

Sabemos que os alunos do ensino fundamental se encontram numa fase de transição, a chamada pré-adolescência, então como fazer com que eles se empolguem como inserir o discurso acadêmico na sala de aula e no contexto social em que vivem.
Nessa fase, deve-se ter um grande cuidado ao falar sobre sociedade e espaço, para não transformar o conhecimento num fantasma aterrorizante, ou para não embelezá-lo, criando e sujeitando o aluno a assumir um discurso, sem uma prévia análise dele próprio.
O grande desafio do professor de geografia, ao se propor a formar cidadãos é fazer com que o aluno desperte o conhecimento para o questionamento sobre a sociedade, transmitindo uma reflexão a ser feita, não desenvolvendo um discurso pronto a ser aceito pelo aluno.
Quando se propõe em transformar o discurso acadêmico, devemos ter o cuidado de não subestimar o aluno, caindo no “achismo” de que ele não irá compreender certo assunto, trazendo assim um discurso pronto e acabado.
É necessário trazer um pouco mais o debate acadêmico para as salas de aula do ensino fundamental e médio, é o que o autor Jaime Tadeu Oliva, chama de “pedagogiazar”. Nesse sentido, ele nos diz que:
(...) "Pedagogizar” não significa tirar a complexidade e substituir a linguagem cientifica, que não têm igualmente valor autônomo, (...) mais que indissoluvelmente associada aos seus conteúdos nos oferece um tipo de leitura do mundo que é esclarecedora e por isso constitui um patrimônio para construirmos nossos próprios destinos. Portanto, não há que ter medo em evitar a linguagem científica. (Oliva, 1995, p.43)
Assim, colocar o aluno em uma postura de cidadão crítico deve-se formar um conhecimento, que busca questionar os problemas em que estão inseridos, ao passo que o professor, utilizando-se da linguagem acadêmica, coloque o aluno em um quadro como sujeito da realidade em que vive.
Ao questionar, determinado aluno sobre os problemas que eles encontram no seu bairro, como esgoto, até problemas mais graves em escala global, ele passa a compreender melhor a função da geografia como a de uma disciplina de formação sócio-cidadão.
No modelo de ensino atual que temos hoje e a formação proposta nas escolas de ensino fundamental, que é uma formação sócio-crítica, capaz de torna os alunos em cidadãos atuantes na sociedade, não podemos mais aceitar que o professor se prenda apenas ao conteúdo existente no livro didático, do qual o mesmo utiliza em suas aulas.
O professor deve acima de tudo ser junto com os recursos didáticos disponíveis, formado do conhecimento e do conteúdo a ser ministrado em sala de aula e para que isso ocorra é necessário que o professor esteja sempre pesquisando através de leitura, buscando novos níveis de formação, participar de encontros e capacitações e buscar no dia-a-dia do aluno interagir conteúdo com prática, fazendo com que o aluno possa observar no seu meio o que é passado em sala de aula.
Entendemos que a geografia por ser uma disciplina das ciências sociais, ela tem por responsabilidade a formação social do indivíduo e nada melhor que isso é fazer com que o professor concilie a teoria de sala de aula com a prática vivida pela sociedade atual.
Um método que deve ser muito bem explorado nas aulas de geografia e na ciência social como um todo é a prática de campo, vista aqui como uma forma de transformar a vida social, as paisagens que nos são familiares em uma grande sala de aula, trazendo o aluno a não só estudar aquilo que é apresentado nas aulas, mais vivência na prática o que é demonstrado pelo mestre, sentir que todas as belezas, os problemas sociais e tudo que se é estudado estão ativamente no nosso dia-a-dia, mostrar que pela globalização, algo que ocorre em outro país trás conseqüências para o nosso dia-a-dia.
Através de uma experiência realizada na escola Prefeito Antônio Conserva Feitosa, localizada no município de Juazeiro do Norte, na qual realizei meu estágio, desenvolvemos alguns conteúdos em sala de aula como indústrias e questões ambientais e ao final das mesmas realizamos uma aula de campo, onde podemos observar nos relatórios dos alunos que a apreensão do conteúdo que teve as aulas de campo, foi bem maior do que as que tiveram aulas apenas expositivas em sala. É de se notar que no relato de cada aluno o entendimento dos conceitos, das implicações causadas e de tudo que cerca o conteúdo.
A experiência do aluno com o lugar através dos seus sentidos, interagindo diretamente com o que se é estudado cria uma maior percepção dos conceitos relacionados com o que está sendo estudado. Como nos fala Tuan (1980), a interação com o lugar através dos cinco sentidos, traz sensações, reproduz o contexto e nos inseri como personagens do mundo.
Portanto, compreendo que é de fundamental importância para a formação social e cidadã do aluno que o professor busque a pesquisa, não só dos conteúdos mais de inserir o aluno no contexto do que se é estudado, seja através de exemplos do dia-a-dia ou indo além levando o aluno a vivenciar conteúdo através da aula de campo.

RESULTADOS.

Ao final do estágio foi possível notar que na formação do profissional de ensino, no caso específico o professor de geografia, é de fundamental importância no seu desenvolvimento profissional e de responsabilidade cidadão a experiência do estágio, que se torna enriquecedora para o discente e dá à oportunidade de se trabalhar a metodologia que cada um se propõe a trabalhar quando se tornar professor.
Contudo, essa experiência nos coloca que a pesquisa por parte do profissional da educação é essencial na operacionalização do ensino, pois é a partir da pesquisa que saímos do “mesmismo”, conseguimos conciliar o discurso acadêmico ao da escola, trazemos a realidade do dia-a-dia do aluno junto ao conteúdo ministrado, colocando como ator protagonista da sociedade em que vive e através de experiência de práticas de campo realizado neste estágio vem que através da vivência do aluno a partir da utilização dos seus cinco sentidos com o meio em que se estuda (a sociedade e o espaço), pode compreender melhor cada aula e conteúdo que é ministrado a partir do momento que ele está na prática vivenciando o que foi exposto em sala de atual.
Por fim, pode-se afirmar que através da experiência de estágio na educação como professor, não estamos apenas a escolher uma profissão para nossa carreira, mais assumindo um compromisso ético de construir cidadãos capazes de atuar na sociedade e transformá-la em um lugar mais justo e igual para todos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA.

DAMIANI, Amélia Luisa. A geografia e a construção da cidadania. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A Geografia na sala de aula. Coleção repensando o ensino. São Paulo – Contexto, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17ª Ed. Rio de Janeiro – Paz e Terra, 1987.
OLIVA, Jaime Tadeu. Ensino de geografia: um retrato desnecessário. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (org.). A Geografia na sala de aula. Coleção repensando o ensino. São Paulo – Contexto, 2010.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Educação e ensino de geografia na realidade brasileira. In: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (org.). Para onde vai o ensino da geografia? Coleção repensando o ensino. São Paulo – Contexto, 2010.
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e Docência. Coleção docência em formação. Séries saberes pedagógicos. São Paulo – Cortez, 2004.
TUAN, Yi-fu. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo – Difusão Editora.
WETTSTEIN, Germán. O que se deveria ensinar hoje em geografia. In: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (org.). Para onde vai o ensino de geografia? Coleção repensando o ensino. São Paulo – Contexto, 2010.

1º - Graduando Pelo Curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA. E-mail:
hykarobrigido@bol.com.br
2º - Graduando Pelo Curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri – URCA. Email:
marcos.allan.crato@hotmail.com
PROCESSOS DE MODERNIZAÇÃO GLOBALIZANTE NO INTERIOR DO
NORDESTE: SUAS CONFIGURAÇÕES E CONSEQUÊNCIAS.
Hykaro de Sousa Brígido¹
Marcos Allan Gonçalves de Araujo²
O presente trabalho pretenderá abordar os processos desencadeados, pela onda que
atinge o mundo, a globalização, focando os estudos nas mudanças provocadas, nas
regiões interioranas nordestinas, tendo como exemplo a região do cariri, ou para ser
mais preciso o triangulo crajubar. Serão debatidos e posto em analises algumas de suas
dinâmicas como também processos que dizem respeito a abertura de meios para que
elas aconteçam, com isso focaremos uma abordagem sobre o deslocamento das grandes
indústrias para as localidades no interior e os principais motivos que explicam tal
deslocamento, analisando também aspectos de degradação ambiental. Com algumas
analises feita em pesquisas bibliográficas de autores como, Santos, Ianne e Bauman
como também observações de campo, fora feita uma investigação sobre implantações e
sedimentações de indústrias no Cariri como a Grendene, ampliando uma visão crítica
que venha possibilitar mais uma veia de entendimentos e debates das configurações que
compreendem o espaço do interior nordestino, organizando assim, uma compreensão
dos arcabouços existentes na já, mal implementada globalização, que aparece neste
espaço com suas macroestruturas multinacionais, marcas agricultáveis em moldes
modernos e globais voltados a exportação e entre outras situações; todo esse processo é
orquestrado por facilitações das estruturas políticas. Há pouco mais de sessenta anos o
mundo se encontrava disposto a desenvolver uma nova forma de interagir em sentido
global, fato que consegue, mas esse processo diz respeito a somente a alguns aspectos
da vida humana, como a união consumista e dinamicidade industrial entre continente.
Por traz da globalidade, existe uma série de processos que fazem existir essas
caracterizações e dentre elas Milton Santos vêm elencar “unicidade técnica a
convergência dos momentos, o morto único, a violência do dinheiro e da informação” e
dentre outras; são processos que vieram tendo um enorme aperfeiçoamento durante o
período pós-guerra e tudo em prol do capitalismo. Ianne em capitalismo, violência e
terrorismo 2004, diz que a globalização é o mundo com qual se forma o novo ciclo de
expansão do capitalismo, constituindo o globalismo, o novo palco da história. (2004, p.
17). A análise feita aqui tem como objetivo geral compreender o movimento dinâmico
da globalização na visão de alguns autores e observar suas influencias no interior
nordestino. Os objetivos específicos constam: análise sobre a globalização e seus
processos de voracidade, observar os motivos que levam as multinacionais a se
deslocarem para cidades interioranas, buscar um entendimento sobre a implantação de
processos que mobilizam a espacialização interiorana e sua exploração. Ao longo do
período do pós-guerra, o movimento de maximização do capital, facilitado pelo
processo de globalização, veio implementar-se no mundo como uma mega estrutura,
inerente ao amplo desenvolvimento técnico-científico-informacional, configurando-se
assim, como um período em prol do sistema capitalista. Os espaços de interior refletem
amplamente essa estrutura de combinações de vários vetores que, representam situações
globais, caracterizando forças de mega- estruturas, que por muitas vezes não apresentam
uma homogeneidade nos espaços, mas configuram-se de modo a estarem em ligações
que caracterizam processos globalizantes. Com isso vemos que no Nordeste brasileiro
essa forma de combinação de diversos vetores não ocorre compreendendo o verdadeiro
termo de implantação da globalização no mundo, ou seja, ocorre de maneira tardia e
dispersa; isso está ligada ao processo de produção desigual amplamente instituído no
país ao longo do seu processo de desenvolvimento capitalista, com isso, constata-se que
o nordeste só vai entrar efetivamente no processo amplo de globalização no período
compreendido dos anos finais da década de noventa e afirmando-se por completo
durante a primeira década dos anos 2000. Com esse processo acima citado, o nordeste
pode sentir as transformações que a globalização traz para alguns; as transformações
vêm com a visão de melhorias, devido à classe social que as programam e as impõem,
essas pessoas se situam em relação ao acesso global com outras localidades através do
meio financeiro e das tecnologias. Não podemos deixar de ver o outro lado, os
problemas que a globalização traz para os povos interioranos. Esses problemas vêm
com o analfabetismo tecnológico e informacional, fazendo com que assim as classes
inferiores não tenham nenhuma informação, às transformando em objeto desse sistema
impiedoso do capital. Em uma analise sobre o desenvolvimento do Nordeste, fazer
referência a indústria faz-se necessário, pois, ela apresenta-se como um dos principais,
se não o principal meio de entrada da região nos processos de modernizações. Os
processos inerentes à industrialização do nordeste como todo, se dá em meio a um
amplo espaço, em que a mão de obra é imensamente desvalorizada em relação ao país.
Essas indústrias vêm se instalando no interior, mais agressivamente nos últimos anos,
visando todas essas regalias estruturais intencionalmente orquestradas. Esses processos
industriais desenvolvimentistas vêm buscando cada vez uma maior desvalorização dos
seus funcionários que se tornam completamente dependentes de tais indústrias. Isso
vem ocorrendo com muita violência por parte dessas indústrias, as quais estão fazendo
nada mais, nada menos que o jogo do processo capitalista globalizado, que por sua vez
compreende uma grande gama de consequências para a população que não está a par e
muito menos no domínio da situação atual, para um melhor entendimento substancial
dos arcabouços do sistema. Muitas das transformações no espaço são aparentemente
relevantes para a grande maioria das populações, pessoas “leigas” de entendimento
dessa estrutura amplamente perversa e das demagogias e falácias políticas. Essas são
compreendidas como bonança de uma industrialização e modernização amplamente
global, porém essas bonanças não são as primazias dessas estruturas. Os incentivos
fiscais oferecidos pelos governos são os ditadores de regras na indústria nordestina, ou
seja, para que essas indústrias e tais modernizações instalem-se nos espaços vazios,
vazios industrialmente falando e desinformados do interior nordestino é preciso que
governos de estado e prefeituras deem o máximo de regalias possíveis para muitas
indústrias e empresas comerciais; podemos ver no caso das indústrias gaúchas que
Pereira (2000) ressalta em seu trabalho. “A migração das empresas calçadistas para o
Nordeste começou há pouco menos de 20 anos, após uma visita do então governador do
Ceará, Ciro Gomes, ao Vale dos Sinos, pólo calçadista gaúcho. O objetivo era atrair
empresas altamente empregadoras ao interior do Estado, um dos mais pobres do país na
época.” Com o excessivo crescimento da globalização e das técnicas modernizadoras, o
mundo passa a ser altamente explorado e expropriado por grandes empresas e pela
estrutura do sistema propriamente dito, com isso no interior estas práticas não são
diferentes, necessitando assim um melhor entendimento por parte das sociedades
inserida nesse contexto. Tendo em vista novamente a questão dos incentivos é
necessária uma análise mais profunda destes acontecimentos numa esfera mais local.
Podemos levar em conta também a questão da mão de obra barata e ressaltar a empresa
Grendene no interior do Ceará mais especificamente na cidade de Crato; ela sai de sua
matriz no Rio Grande do Sul e vem se alojar-se no nordeste, ocorre com essa
mobilização a ocupação dos espaços de interior, tudo isso gira em torno dos incentivos
fiscais que elas não pagam ou pagam quase nada e por muitas vezes nenhum tipo de
aluguel ou qualquer satisfação a sociedade para com suas ações. Mas o que devemos
abordar com mais significância são os baixos preço da mão de obra que elas vêm
explorar, é preciso debates cada vez mais elevados, propiciando ganhos gerais aonde
esses possam discutir melhorias e direitos destas pessoas exploradas por essas
“estruturas modernizadoras”. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da
pesquisa compreende-se no uso das literaturas que, propiciou um maior conhecimento
sobre o assunto, para que assim fosse feito o trabalho de campo, trabalho de campo esse
que, empreendido em uma espacialização local e em um desenvolvimento industrial
forte como também uma degradação ambiental traz muitos objetos de analises. Um
melhor e maior entendimento sobre o assunto foi constituído e desse modo empreendido
uma análise. A pesquisa por sua vez está em andamento, porém já foi possível observar
na cidade de Crato-Ce as influências causadas pelo alojamento de empresas de cunho
internacional ou não e como elas afetam o espaço social e o espaço ambiental. Nestas
circunstâncias faz-se preciso uma maior investigação sobre essas poucas analises aqui
deferida, pois só então um caráter que busca melhorias na espacialização estará sendo
verdadeiramente exercido em meio ao espaço do interior nordestino e das principais
cidades afetadas com essa onda desenvolvimentista do capital. É necessário um debate
mais instigativo e investigativo da academia e das áreas atingidas com tais movimentos,
pois as estruturas mandam e desmandam nas espacializações sem nenhum tipo de
indagações sobre suas ações.

Palavras Chaves: Globalização, influência, interior, Nordeste.

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